segunda-feira, 14 de janeiro de 2013


Distinção entre o juízo analítico e sintético.

                                                   Flávio Cordeiro Filho (flcf1992@hotmail.com)

Para entender, mesmo que superficialmente, a distinção entre esses dois juízos é preciso ter em mente, que todo conhecimento inicia a partir da experiência, portanto só é possível conhecer algo, se o objeto analisado estimular os sentidos.
Em principio, a experiência precede qualquer forma de conhecer, mas com isto não está sendo afirmado que todo o processo do conhecimento procede a partir da experiência, fundamentalmente há três formas de conhecimento: “a priori” (consiste em um saber que procede desde o principio), o “a posteiori” (por sua vez consistindo posteriormente, em seguida, a partir da experiência) e o puro que consiste em um conhecimento “a priori”, porém não ocorrendo nenhuma relação com o empírico.
A relação lógica de um sujeito com um predicado chama-se “juízo”, ou seja, todo “juízo” obedece a uma lógica a ser seguida, mas há duas formas para formar esta relação lógica, sendo o juízo analítico e o juízo analítico. Analítico significa “diluente”, “decomponente”; Uma demonstração de juízo analítico é a seguinte sentença: “a esfera é redonda”, é notável que o predicado já esta contido no conceito do sujeito, visto que não há esfera quadrada. Sintético significa “conectante”, “ligante”, um exemplo de juízo sintético é a seguinte frase: “a esfera é dourada”, há um acréscimo no conceito do sujeito, pois neste caso o predicado não está necessariamente contido no conceito do sujeito, pois nem toda esfera é fundamentalmente dourada. Portanto o juízo analítico fundamenta-se a priori da experiência e o juízo sintético fundamenta-se a posteriori da experiência, porém há como existir juízos sintéticos a priori? Com certeza, está é a grande pergunta da obra de Kant.
O próprio Kant cita vários exemplos, alguns até do sendo comum, para explicar a existência de juízos sintéticos a priori, mas neste texto tentarei construir novos exemplos: O clássico postulado “a menor distância entre dois pontos é uma reta” é um bom exemplo de juízo sintético a priori, para quem já sabia a existência desde postulado parece algo banal, mas imaginemos a seguinte situação: Em uma sala crie vários caminhos, inclusive um em linha reta, e nas duas extremidades coloque uma criança e um brinquedo, de forma automática a criança procurará o caminho em linha reta, outro exemplo parecido são os labirintos de revistas infantis, sempre que paramos para fazer uns desses labirintos procuramos o caminho mais reto possível, ou seja, no primeiro caso a criança mesmo sem saber a existência do postulado ela o executou e da mesma forma no segundo caso em que executamos automaticamente o postulado.
Portanto para Kant a ciência deve ser fundamentada em juízos sintéticos a priori, visto que no juízo analítico a priori não há descobertas e nos juízos sintéticos a posteriori é necessária a experiência, sendo assim para Kant a melhor forma de fazer ciência é fundamenta-se em juízos sintéticos a priori que ao mesmo tempo faz descobertas e é compreendido por qualquer um, quase que de forma automática, ou seja, a genialidade da simplicidade, de desvelar o que de tão banal não enxergávamos.

Um comentário:

  1. Só uma correção: Na oitava linha é: juízo analítico e juízo sintético.
    Mas fora isso, o texto está muito bom!

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